
O forte aumento das alíquotas de PIS/Cofins sobre combustíveis — que mais do que dobraram no caso de gasolina e diesel — deve ter um peso de 0,5 ponto percentual sobre o IPCA, índice que mede a inflação oficial, estimam economistas consultados pelo GLOBO. Isso porque, na projeção do governo, o reajuste nas bombas deverá ficar em 7%. Não tem como passar despercebido pelo consumidor: no caso da gasolina, o desembolso no posto para encher um tanque de 45 litros subirá cerca de R$ 18.
Apesar do impacto, os analistas continuam a prever que o Banco Central (BC) cortará em pelo menos 1 ponto percentual a taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. A avaliação é que fatores como a safra recorde, que mantém os preços dos alimentos em baixa, e a expectativa de que a Petrobras continue a reduzir os preços dos combustíveis nas refinarias nos próximos meses compensem o efeito inflacionário causado pelo imposto mais salgado.
A conta mais pessimista é da economista Natália Cottareli, do banco ABC Brasil. Nos cálculos da analista, a maior parte do impacto, 0,4 ponto, virá do aumento da carga tributária sobre a gasolina. O 0,1 ponto restante será causado pela alta autorizada para o diesel. O efeito do etanol não entrou na projeção, por ser muito pequeno.